Se pensarmos na definição de fome, a primeira ideia que nos vem à mente é a necessidade de comer algo para acalmar uma sensação de desconforto que temos em nosso estômago, e sim, essa é a primeira experiência do nosso corpo com a importância de nos alimentar.
Vamos começar falando dos tipos de fome:
1. A FOME FISIOLÓGICA
Essa é a fome que todos nós sentimos e que “vem de fábrica”, ou seja, nascemos para senti-la. É a fome do organismo, que com o uso de 6 tipos de hormônios (insulina, leptina, grelina, peptídio, colecistinina e neuropeptídio) nos sinaliza que é hora de recarregar as baterias, de dar energia para nosso corpo se manter vivo e funcional.
Como sabemos que estamos com a fome fisiológica, quais são os sinais?
Começa com a barriga roncando e se não atendemos a este sinal, então começamos a sentir tontura, o terceiro sinal é falta de energia, e se não comermos logo, vem a irritação e a impaciência, quem aí já não ficou bravinho quando passou muito tempo da hora de comer? Essa sensação de fome se dá num espaço de, no mínimo, três a quatro horas entre uma refeição e outra, e é através da fome fisiológica que buscamos o alimento e paramos de ingerir quando estamos saciados. Esse é o mecanismo ideal da fome.
Infelizmente, perdemos os sinais de fome e saciedade naturais ao nosso corpo quando “beliscamos muitas besteirinhas” entre as refeições e quando nos expomos a muitas dietas restritivas, isso muda a regulação dos hormônios que ajustam nossa fome fisiológica e a saciedade, um risco para obesidade e transtornos alimentares, é um efeito rebote, pois, toda restrição gera compulsão.
Atenda adequadamente a sua fome fisiológica e você vai se sentir muito bem.
2. A FOME NUTRICIONAL
A fome nutricional é um sinal de que o corpo está em falta de alguma substância importante para o seu bom funcionamento e precisa ser reposto. Gosto da definição de fome nutricional do nutrólogo Dr. Joel Fuhrman que diz:
“A fome nutricional é a fome que pede nutrientes para as células do corpo. Quando comemos alimentos com “calorias vazias”, ou seja, pobre em nutrientes, a sensação de fome é o sinal que o cérebro envia ao estômago, para pedir nutrientes.
Fibras, proteínas, gorduras boas e uma pequena quantidade de carboidratos, proporcionam um bom funcionamento do cérebro e do corpo, resultando em saciedade e em nutrição adequada.
(JOEL FUHRMAN, NUTRÓLOGO; LIVRO: COMER PARA VIVER, 2003)
Mas como saber que a nossa fome é na verdade a falta de algum nutriente, quais são os sinais da fome nutricional?
Podem ser: Fome constante, nada traz saciedade, meia hora após a última refeição já há sinal de fome.
CUIDADO! Muitas vezes o corpo pode estar também pedindo água através da sensação de fome. Quando há sensação de sede, a desidratação já está dando um sinal de alerta. Quando ingerimos a quantidade adequada de água, não sentiremos sede, a não ser que haja um grande gasto de energia como quando nos exercitamos.
Não é simples saber exatamente qual nutriente nos falta, e as vezes o corpo até sente vontade de comer alguma coisa que tem aquilo que precisamos, mas o ideal é realizarmos anualmente exames médicos para averiguarmos nossa saúde, nossas vitaminas e se há a carência de algum tipo de nutriente que é importante para manter a homeostase (o bom funcionamento do nosso organismo de forma saudável), pois podemos estar com uma fome anormal por conta da falta de algum nutriente importante para o nosso organismo.
Quando resolvemos a fome nutricional, ajustamos também a fome fisiológica e nosso corpo estará regulado também com a saciedade adequada quando nos alimentarmos.
Fome fisiológica e fome nutricional explicadas, seguimos no próximo post com fome social e específica, até la!
Enquanto aguardam o próximo post, que tal colocar a mão na massa com uma receita vegetariana da Nanny Vitorino, que por acaso é minha irmã, Arroz de Forno com Grão-de-Bico?
Arroz de Forno com Grão-de-Bico por Nanny Vitorino
Ingredientes
3 xícaras arroz integral cozido
3 xícaras grão-de-bico cozido (reserve a água do cozimento)
3 xícaras molho tomate rústico (ou tomates pelados)
½ xícara água do cozimento grão-de-bico
300 g muçarela ou queijo prato vegano ralado grosso
Q/B azeitonas verdes em fatias
Salsinha picadinha
Preparo
Em uma panela coloque o grão-de-bico cozido, a água do cozimento, o molho tomate, a salsinha e deixe ferver por 10 minutos para reduzir um pouco
Em um refratário de vidro ou d louça, com dimensões em torno de 25x30 cm, coloque uma camada de grão-de-bico com molho
Por cima do grão-de-bico, coloque uma camada de azeitonas fatiadas espalhadas e cubra com queijo ralado grosso
Por cima coloque uma camada de arroz e vá repetindo até completar a altura do refratário
Termine com grão-de-bico e queijo
Gratinar no forno pre aquecido por 15 minutos
Se gostarem da produção acessem o QR Code para adquirir os livros da Nanny, ou suas redes sociais, combinado?
SHIRLEY VITORINO
Psicóloga Clínica na linha de atendimento da Gestalt Terapia, desde 2016. Pós graduada em Docência Universitária, graduada em Letras e Psicologia, especializada com: Curso de Atualização em Aspectos Psicológicos das Patologias Nutricionais; (Instituto de Ensino do Hospital Albert Einstein), Curso de Aprimoramento dos Transtornos Alimentares; ( AMBULIM – do IPQ Instituto de Psiquiatria da USP no HC – Hospital das Clínicas), Curso em Psiquiatria Nutricional – Alimentação e Saúde Mental (Projeto das Profissionais da Nova Psique) e Curso de Chef Vegano na Les Chefs Academia.
NANNY VITORINO
Nanny Vitorino é chef de cozinha vegana, autora da coleção vegana “Receitas de Família”, pela editora Europa, é formada em gastronomia vegetariana pelo Senac e em confeitaria pelo IGA, especialista em confeitaria vegana e apaixonada por "veganizar" receitas tradicionais com saúde, sabor e beleza.
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