Essa semana seguimos com a série de posts falando sobre os tipos de fome e o como elas influenciam a nossa vida e cotidiano, desenvolvida pela Dra. Shirley Vitorino, psicóloga Clínica na linha de atendimento da Gestalt Terapia, desde 2016 que vai liderar essa série. Hoje falaremos da fome social e da fome específica.
A FOME SOCIAL
“RELACIONADA A UMA SITUAÇÃO SOCIAL, COMEMOS NO” MODO AUTOMÁTICO” INCONSCIENTE QUANDO OS ALIMENTOS ESTÃO SERVIDOS À NOSSA DISPOSIÇÃO. É NORMAL COMERMOS UM POUCO MAIS DE UMA COMIDA GOSTOSA OFERECIDA EM GRANDE QUANTIDADE.” (SOPHIE DERAM, NUTRICIONISTA; LIVRO: O PESO DAS DIETAS, 2014
A comida sempre está presente nos eventos sociais é comum haver uma grande variedade e quantidade de comida em festas, eventos e reuniões de família ou trabalho. A exposição a essas comidas nos estimula a comer de tudo um pouco e mais do que deveríamos, o que nos leva a uma mistura de alimentos muitas vezes não tão simples para o nosso estômago digerir.
Então qual deve ser o alerta quanto a fome social?
Os eventos sociais não são tão frequentes em nossa rotina, assim, não é um crime comer um pouco mais e sentirmos um leve desconforto, que passará quando o estomago conseguir digerir o que foi consumido. Nada que um chazinho de vovó ou um remédio para digestão não resolva. Se não se sentir bem no dia seguinte a festa, coma uma refeição mais leve, para dar um descanso ao seu estomago até que ele esteja bem novamente para voltar a sua rotina de alimentação normal. Mas é lógico que o ideal mesmo é respeitarmos os sinais de fome e saciedade do nosso corpo.
O Perigo na verdade se encontra quando não conseguimos ter controle sobre a quantidade de comida ingerida e depois a culpa é ainda muito mais pesada, levando a pessoa a buscar “compensar o exagero”, expondo o corpo a uma dieta restritiva como forma de “punição” nos dias seguintes. Pior ainda, se isso estiver gerando pensamentos negativos a respeito do corpo e de sua imagem. Risco para transtorno alimentar.
Um alerta, se você sentir que está com dificuldades de controlar os seus impulsos diante da comida nos eventos sociais ou até fora deles, então talvez seja importante procurar um profissional de saúde (endocrinologista e/ou psicólogo) para investigar melhor essa dificuldade de controle e de saciedade, pode ser algo ligado aos hormônios da fome e saciedade ou a ansiedade.
A FOME ESPECÍFICA (VONTADE)
“ELA NÃO É URGENTE. ESTÁ RELACIONADA AO PRAZER, AO SENTIR O GOSTO E DEGUSTAR UM ALIMENTO BEM IDENTIFICADO TALVEZ COMO UMA LEMBRANÇA DA INFÂNCIA.” EX: CHOCOLATE. (SOPHIE DERAM, NUTRICIONISTA; LIVRO: O PESO DAS DIETAS, 2014
É comum relacionarmos um alimento a uma lembrança e as vezes dependendo do nosso momento emocional, ativarmos essa lembrança e então surgi a vontade específica desse alimento. Por exemplo, o bolo que nossa avó fazia quando éramos criança, ou aquele sanduíche que você comia na cantina da escola, a comida que você comia quando morava em um outro país, etc.
Há o depoimento de uma autora de um livro sobre a comida e as emoções, onde ela relata que logo após o falecimento do seu pai, todo fim de semana chuvoso, ela tinha o desejo de comer queijo quente, até que ela se deu conta de que era uma forma de manter a lembrança de seu pai com ela, pois na sua infância ela e o pai comiam queijo quente assistindo a um seriado de TV. Por trás dessa vontade específica, estava um sentimento de saudades do pai.
Também podemos relacionar essa vontade específica à deficiência de algum nutriente que o corpo está precisando para realizar alguma função assim, a pessoa pode sentir vontade de comer algo onde se encontra esse nutriente. É uma tentativa de o corpo sinalizar a necessidade dessa substância.
A fome específica tem uma característica interessante, você tem vontade de comer determinado alimento, e ela não passa enquanto você não comer exatamente aquilo, ela não é urgente ao ponto de te incomodar, mas ela só vai embora, quando você come exatamente aquele alimento, não precisa ser muito, não precisa ser sempre e logo se resolve.
Os alertas quanto a fome específica são: Primeiro – Quando o indivíduo não responde à vontade da fome específica, pois evita determinados alimentos que o ele classifica como indesejados (por achar que engordam ou que são maléficos) travando assim uma luta emocional com o seu desejo. Deu vontade? Coma! Não é o fim do mundo! Segundo - Quando essa vontade específica se torna constante, levando o indivíduo a comer repetidamente determinado alimento, então é hora de investigar melhor o que está por trás desse “desejo insaciável” procurando a ajuda de profissionais da saúde (seja um médico ou um psicólogo).
Comer, tem que ser algo confortável em todos os sentidos e em todas as ocasiões. Torne sua relação com a comida algo pacífico.
Enquanto aguardamos o próximo post, que tal colocar a mão na massa com uma receita vegetariana da Nanny Vitorino, que por acaso é minha irmã, de uma deliciosa Torta de Maçã?
RECEITA – TORTA DE MAÇÃ
INGREDIENTES DA BASE
1 + 1/2 xícara de farinha de trigo branca;
½ xícara de farinha de trigo integral;
½ xícara de óleo de coco sem sabor, refrigerado (consistência firme);
¼ de xícara de açúcar mascavo ou açúcar de coco;
¼ de colher de (chá) de sal rosa ou marinho;
8 colheres de (sopa) de água gelada.
INGREDIENTES PARA O RECHEIO
7 maçãs da qualidade que você preferir (gala, fuji ou verde);
¼ de xícara de açúcar mascavo ou açúcar de coco;
4 colheres de (sopa) de água + 2 colheres de (chá) de amido de milho;
½ colher de (chá) de canela em pó;
6 castanhas do Brasil moídas grosseiramente.
PREPARO DA MASSA
Em um processador de alimentos, coloque todos os ingredientes, exceto a água, e misture tudo até ficar uma farinha úmida.
Com o processador ligado, tire a tampinha menor e vá adicionando as colheres de água, uma a uma, até que a massa se transforme em uma bola macia que não grude nas mãos. Se for necessário, use mais ou menos água. A quantidade varia por causa da marca e qualidade das farinhas. O importante é que a massa forme essa bola, este é o ponto.
Retire a massa do processador, embale em plástico filme e leve para a geladeira por 30 minutos antes de abrir.
Com cerca de ¾ da massa, abra-a com 5 mm de espessura e forre o fundo e as laterais de uma forma para tortas de fundo removível de 27 cm de diâmetro.
Coloque o recheio, que deve estar frio, e cubra com treliças e florezinhas de massa. A treliça pode ser feita com o cortador para massas em treliça. Já as florezinhas, usando um minicortador de biscoitos em forma de flor.
Para colar as florezinhas na massa, molhe o dedo em água e passe nas costas de cada uma. Pressione sobre a massa com delicadeza e fixe apertando com um palito de churrasco no meio de cada flor. Polvilhe com açúcar e canela e asse em 200 C até dourar levemente as bordas.
Deixe esfriar e desenforme quando estiver totalmente fria.
Pode ser servida gelada ou aquecida.
PREPARO DO RECHEIO
Descasque as maçãs e corte-as em pedaços de 1,5 cm.
À medida que as maçãs forem cortadas, vá colocando os pedaços em uma tigela com água e gotas de limão para que não oxidem.
Escorra os pedaços de maçã picados e junto com a canela em pó e o açúcar mascavo, coloque em uma panela média e misture. Leve ao fogo médio mexendo delicadamente por 3 minutos.
Acrescente o amido de milho dissolvido em ¼ de xícara de água. Continue mexendo até o amido de milho ficar transparente e formar um leve creme que una os pedaços de maçã.
Desligue o fogo e transfira o recheio da panela para uma tigela, para esfriar. Quando estiver frio, acrescente a castanha do Brasil moída. As maçãs ainda estarão firmes, mas não se preocupe porque elas ainda serão assadas.
Se gostarem da produção acessem o QR Code para adquirir os livros da Nanny, ou suas redes sociais, combinado?
SHIRLEY VITORINO
Psicóloga Clínica na linha de atendimento da Gestalt Terapia, desde 2016. Pós graduada em Docência Universitária, graduada em Letras e Psicologia, especializada com: Curso de Atualização em Aspectos Psicológicos das Patologias Nutricionais; (Instituto de Ensino do Hospital Albert Einstein), Curso de Aprimoramento dos Transtornos Alimentares; ( AMBULIM – do IPQ Instituto de Psiquiatria da USP no HC – Hospital das Clínicas), Curso em Psiquiatria Nutricional – Alimentação e Saúde Mental (Projeto das Profissionais da Nova Psique) e Curso de Chef Vegano na Les Chefs Academia.
NANNY VITORINO
Nanny Vitorino é chef de cozinha vegana, autora da coleção vegana “Receitas de Família”, pela editora Europa, é formada em gastronomia vegetariana pelo Senac e em confeitaria pelo IGA, especialista em confeitaria vegana e apaixonada por “veganizar” receitas tradicionais com saúde, sabor e beleza.
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